15 março, 2007

Misterioso Anoitecer

Misterioso Anoitecer*

Sou só mais um pássaro
Andando por entre ruas geladas
Sem neve, mas com tanta neblina
Que chega cegar-me a alma
Ao respirar estas noites tão frias
Sinto-me incapaz de sorrir sozinha...
E o vento... é tão melancólico e vazio
Tão solitário e mórbido
E nos faz recordar lagrimas
E... espaços de tempos mínimos
Em que... choramos e rimos
A noite... seu mistério indisvendavel
Indispensável... neutro...
Transmite paz...e... solidão
A noite me liberta
O vento frio, renova a minha alma sem vida
E ao mesmo tempo, repleta de palavras
Que embora presas, saltam de minha mente
Mesmo sem a pronuncia correta
O vento vive a me corrigir
E diz que é preciso respirar
Por mais que se cansem os pulmões
O mistério da noite
Me cala, e me gela interiormente
Arrancando-me verdades e suspiros
Segredos e... poesias
Porem, são apenas palavras sinceras
Descarregando uma mente exausta
De decepções e falsas dramaturgias
Onde... só o vento com seu enigmático silencio
É capaz de desvendar e recordar
Valores bons e... ‘supérfluos necessários’
A solidão da noite
Faz a minha alma chorar
Faz meu coração bater
Faz o dia ser mais claro
A noite mais fria
Faz eu não ter que dizer
Mesmas coisas todo o dia
E ver graça nas folhas que caem
Na água que espelha o céu negro
No prazer que é... sentir, e não ver
Sentir... vai alem...


=Milene Szilagyi=

03/03/2007