01 abril, 2011

Sua Indiferença

Sua Indiferença*


Uma chuva de desespero
Por um instante me tomou
Ao perceber do que é capaz seu olhar
Faz-me congelar, e extasiar
Faz-me imune a qualquer distração
Faz-me acreditar em superstição
Faz-me ser menos eu, ser mais sua
Faz minha pele estremecer e ficar nua

Sua boca é como de uma serpente
Sinto o perigo, mas não revido
Ao tocá-la sinto ardente
E por um momento parece ser proibido

Todas as noites seu cheiro vem a me perturbar
Às vezes sinto que não vou me controlar
Mesmo sabendo que é inútil desejar
Eu sonho para poder te alcançar

Suas mãos a percorrer meu corpo
Sim, eu quero novamente e loucamente
Seus beijos nos meus, e meus olhos nos seus
Por um instante quero ser inconseqüente

Ele é alto, e gostoso de abraçar
Seus cabelos negros eu gosto de dedilhar
Sua barba é macia de tocar
Em seus lábios grossos é onde eu queria estar

Ele me parece imune e inalcançável
E às vezes me parece inviável
Mas não sinto vontade de parar, nem reclinar
Seu mistério me dói, mas não me destrói
E sua indiferença me rasga, mas não me convence
Só quero que saiba e que pense
Que o fim deste poema, não é o fim do suspense.

Mili Szilagyi


2011-04-02

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