25 setembro, 2006

Acertamos Morrendo

Acertamos Morrendo*

Estão todos estressados
E eu não vejo a hora de sair
Todos gritam, todos falam
E choram, e ouvem
Toleram ou não
Todos buscam algo grande
E sempre maior
Insistem, persistem
Desiste... ou não

E eu que quero fazer tanto
E as vezes não faço nada
E eu que busco sonhar menos
As vezes esqueço que é realidade
É realidade!
A pressão social
As crianças de rua
As pessoas que choram
Por estarem sentindo tanto frio

E eu aqui no meu conforto
Com teto e telhas
Com paredes pintadas e pisos no chão
Numa cama espaçosa
Uma coberta tão quente
E reclamando do vendo que entra pela janela
E causa um som no móbile
Como jóias caindo no chão
Eu olho pras estrelas que estão no meu teto
Que brilham no escuro
E todos acham tão bonito
... mas estrelas são lindas!

E eu nem sequer posso sair lá fora
Pois as portas estão trancadas
E há grades nas janelas
E o vento que sopra hoje esta tão frio
Desculpas, desculpas, desculpas!!!

Mas hoje não há estrelas no céu
A neblina é tão fria e vazia

Para tudo tem hora
Para tudo tem dia
Fobia hoje em dia é algo tão comum
Esquenta, esfria
Sorrimos e rimos
Choramos, gritamos
Falamos baixinho
Pulamos, corremos
Comemos, dormimos
Vivemos errando
Casamos, dançamos
Amamos brincando
Acertamos morrendo

É realidade...

Milene Szilagyi*

2006-08-31

Um comentário:

Anônimo disse...

MUito bom seus poemas!
Vc esta de parabens
continue assim
agora ñ esqueça de me visita
bjos