11 fevereiro, 2008

Toma-me

Toma-me*

Toma-me a mim como vinho na taça
Indagando-me o perfume
Degustando-me o suor
Roçando-me os lábios em fervor
As mãos em chamas tocar-me
Aquecendo-me em prazer
Ofuscando a razão
Fazendo-me enlouquecer
Despindo-me contra o vento
Da noite clárida pávida
Calando-me a boca e a alma
Ofegante hei de tremer
Nossos corpos ante a lua
Entrelaçam-se vorazes
Voluptuosos
Gemendo em meio a luxuria
Que se perde em insensatez
Revela-se a mim
Misterioso e fugaz
Indesvendável, indispensável
Neutro... como a noite,
A escuridão e a solidão
Que congela interiormente
Porém quanto mais me atrais
Tanto mais me invade
Aquecendo-me o peito
Arrancando-me suspiros
Que aparentemente ocultos
Se põe como um brado de dor
Que a alma prende
Perplexando-me, limitando-me a gritar
Render-me-ei ao inexorável e implacável desejo de te roubar
Pois a quem vou enganar?
Se meus lábios clamam os teus
E na sombra de teus braços
Anseio que prenda-me sem hesitar
Mas como vinho na taça
Que se prova lentamente
A mim deveras tomar.

Milene Szilagyi

2008-02-05

Um comentário:

Le Vernissage disse...

Uiaaaaaaaaa
que poema legal!!!
parabens!!!
milene drummond,heheh
=*******